23 de dezembro de 2015






Não me aproximo porque, veja bem, sabe lá quem habita a tua solidão. Hesito. Recuo. Me afasto tristíssima. E te imagino em poses e sorrisos, voz grave e cabelos desgrenhados, preso nas minhas fantasias mais loucas e movimentadas. Numa delas sou um bichinho invisível, com asas, que adentra tua casa e te observa em segredo. Faço o contorno do teu corpo todo com os olhos, parada contra a parede do teu quarto, imóvel, enquanto tu te atiras na cama. Cansado. Tu olhas para o teto imaginando mil coisas, memórias, compromissos, desejos, saudades. Te fito com dor. A luz do abajur faz sombra na tua pilha de livros, que folheei um dia e quis pedir emprestado mesmo sabendo que não havia intimidade para pedidos. Por razões que desconheço, nossas aproximações foram sempre pela metade. Interrompidas. Um passo para a frente e cem para trás. Retrocessos. Descaminhos. Procuro sinais de algum amor teu. Vestígios de noites passadas. Tu não me vês, estou incógnita a te observar. Como sempre estive, olhando pelas janelas, de longe, coração apertado. Nós poderíamos ser amigos e trocar confidências. Assistiríamos a filmes, taça de vinho nas mãos, e tu me detalharias as tuas paixões e desatinos. Nós poderíamos ser amantes que bebem champanhe pela manhã aos beijos num hotel em Paris. Caminharíamos pela beira do Sena, e eu te olharia atenta, numa tentativa indisfarçável de gravar o momento e guardá-lo comigo até o fim dos meus dias. Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. Bato minhas asas em retirdas. Tu dormes, e nos teus sonhos mais secretos, não posso entrar. Embora queira. À distância, permaneço te contemplando. E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro. Porque tu és o único que habita a minha solidão.


(Caio Fernando de Abreu)



Esse li chorando....tão verdadeiro que é....


7 de dezembro de 2015

Filmes 7

Dias sem postar os filmes que vi, pode parecer que foram muitos, mas é muito menos do que eu queria.  Minha vida é tão corrida que nunca consigo ficar de bob assistindo um filme....
Tô com fé que nessas férias das crianças, eu consiga, kkkk
Gostei muito de todos, apenas vou tecer um comentário sobre o filme: "Poucas Cinzas - Salvador Dalí", eu acho que o filme tinha que ter produção européia, a temática pedia isso (eu acho), o papel do Salvador Dalí não era pra ter sido do Robert Pattinson, cara, muito fraquinha a interpretação, ficou até caricata a parada, não gostei.  Em compensação, amei saber mais sobre Federico García Lorca, personagem apaixonante.
E ontem vi "Cake" com a Jennifer Aniston, cara, sempre acostumada com ela fazendo papéis engraçadas, me surpreendi, ela é muito foda.



























12 de novembro de 2015

Sobre fechamento de ciclo





Nesses dias tenho pensado muito nisso...na morte!
Cara, essa é a única certeza que temos na vida né?
Todo o resto é passível a mudança, sempre a toda hora, a qualquer minuto, mas a morte não, ela é batata, e é a única coisa que cada um de nós sabe que um dia irá passar, seja lá quem for.

Então, com esses pensamentos mórbidos na cabeça, deixo aqui registrado o que eu quero que seja feito quando chegar o meu momento. Porque um dia ele chegará! (espero pelo menos que aconteça quando minhas meninas estiverem adultas e senhoras de si, sem ter que passar além da dor da perda por uma série de imposições que a família venha a fazer.)
Que meu ciclo seja longo...

Quando eu bater com as canelinhas não quero se enterrada.  Por favor, me façam pozinho e deixem que minhas filhas decidam aonde irão me depositar. De preferência que eu vire matéria orgânica nutritiva em alguma área verde (Corcovado, Pão-de-Açúcar, Arpoador, enfim, aonde elas decidirem) e que as duas juntas façam esse lançamento.
Caso eu morra em uma situação que possam utilizar órgãos, tecidos, ou seja lá o que for, por favor, façam isso, pra onde vou, não precisarei de nada dessas coisas, mas aqui na terra certamente haverá alguém que pode necessitar e muito disso para viver ou sobreviver bem.
Por favor, NÃO FAÇAM MISSA, não quero ladainha nos meus ouvidos almísticos. Nada de missa de mês, de missa de ano, xiiii, sai fora.
Eu sei que isso não se aplica a minha mãe, caso eu vá antes dela, porque ela é muito católica e não irá se controlar, rs

Mas, se mesmo assim, sentirem uma necessidade louca de fazer algo em minha memória.
Façam um almoço, reunam-se, brindem a vida que tive e aproveitem para nesse momentor criar um grupo, que consiga doações e levem num asilo, amo os idosos, pelas crianças sempre tem alguma coisa acontecendo, pelos idosos quase nunca.
No Brasil, quando se envelhece, se é esquecido, infelizmente....

Enfim, eu tava com vontade de escrever isso, de deixar registrado, nunca sabemos quando chega a hora do fechamento do nosso ciclo né?

Bjs


Imagem: Vida e Morte

28 de outubro de 2015

Naquele dia que você acorda com uma tristeza gigante dentro de si, daquela que te sufoca, e toca essa música no rádio...




Me diz onde estão teus sonhos
Onde me encontro dentro de você
Sou teu, basta estar seguro
Das dores de tudo
Não vai me perder

Me encontro em qualquer lugar
Perdido pra você me achar
Nas coisas que me esqueço
Invento

Me encontre em qualquer lugar
A tempo pra me encontrar
Me mostra a saída
Que eu entro

Vou te encontrar onde estiver
O tempo é nós dois
Você em mim

Sou teu, basta estar seguro
Das dores de tudo
Não vai me perder

Me encontro em qualquer lugar
Perdido pra você me achar
Nas coisas que me esqueço
Invento

Me encontre em qualquer lugar
A tempo pra me encontrar
Me mostra a saída
Que eu entro

Vou te encontrar onde estiver
O tempo é nós dois
Você em mim.

(Roberta Campos)

22 de outubro de 2015

Notícias sobre o meu emagrecimento !!!!



Tem tempo que não falo sobre isso, e se existe alguém que me acompanhe por aqui kkk deve ter pensado que larguei de mão dessa idéia.
Não só não larguei, como tenho objetivo bem audacioso, haahahaah

Povo entrei na academia em julho de 2014, no início de fevereiro comecei com um acompanhamento de nutricionista, nos primeiros meses só a academia, eliminei muito pouco peso, era até meio desanimador uma pessoa preguiçosa e devagar como eu, ir diariamente a academia e no final de 3 meses ver mixurucos quilos indo embora.
Mas, quando comecei com o acompanhamento, CARALEO, a balança desceu !!!!
Incrível como a associação atividade física x nutrição dá resultados.
Faço reeducação alimentar, não me interessa dietas, porque simplesmente quero ter vida normal, e dieta vira uma prisão, e isso não quero pra mim. Quero algo pra toda vida, não vou mais ficar gorda, acabou!

Estou agora na casa dos 62kg, em julho estava com 73,7kg, façam as contas....

Quero ter 60 kg, e criar massa, porque já tenho 44 anos e as coisas vão murchando, kkkk, já viu né?

A única coisa que me arrependo é de não ter começado esse movimento láaaaaaa atrás.....
Por que demorei tanto a me perceber? A gostar de mim? A querer ficar bonita?

Afe.....vai entender!!!

Então, você aí, que tá me lendo agora, e pensando em fazer, FAÇA, não espere, faça ontem!!!!
O momento é agora, e o agora é já!

Bjs


Imagem: Arquivo Pessoal (foto tirada ontem na academia)


9 de setembro de 2015



Das coisas que li hoje, e que me comoveu muito.
Uma das frases de Frida Kahlo, e que representa um sentimento meu.
Queria que essa mensagem corresse como poeira e chegasse ao destinatário, na impossibilidade, posto aqui!


"Se eu pudesse lhe dar alguma coisa na vida, eu lhe daria a capacidade de ver a si mesmo através dos meus olhos.  Só então você perceberia como é especial para mim."


As coisas são tão simples...viver é tão simples...a amizade é uma das coisas melhores do mundo, por que as pessoas se deixam aprisionar?
Quais pavores acorrentam as pessoas?
Por que apenas não relaxar, e deixar fluir a troca?
Sinceramente não consigo entender, por mais que eu tente, não consigo compreender esse engessamento das pessoas, na boa...
Preciso meditar mais, acho que é isso! 

30 de agosto de 2015

Pequenas Aventuras 44




passam-se dias, meses e anos
 e o silêncio,
 só aumenta...
macerando meu coração

Cada dia mais forte,
 grito,
dentro de mim.
Estou aqui !! 
e de volta tenho apenas
o triste eco da minha voz
aqui
aqui
aqui


[Ana Sixx]

22 de junho de 2015

Sobre não implorar amor, nunca!

 Outro texto que me chega como uma porrada no estômago....
 Vale a pena ler, quem nunca passou ou passa por isso?
 Boa Leitura !
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"Não implores amor.
 Nem por um segundo.
 Nunca.

 Não peças algo que tem que ser dado de boa vontade.
 Não pechinches por um sentimento que tem que vir sincero.

Tudo que acontece de forma natural, acontece melhor.
 Sabes aquela vontade cada vez maior de falar com alguém?
 Aquela vontade incessante de saber mais sobre aquela pessoa, de estar mais com ela, de ter mais dela.
 E ter isso de volta. Sem forçar ou insistir.
 A atração simplesmente acontece.
 As coisas fluem.
 É natural.

Não vale a pena forçar uma situação que nitidamente não é para ser.
Tudo que é colocado sob pressão só encontra um resultado: explosão.
 Então pressionar alguém a estar contigo é burrice.
 Forçar alguém a amar-te é idiota e perda de tempo, não vai acontecer.
 O único resultado disso é decepção e mágoa.
 Em ti e no outro.

 E isso aplica-se às pessoas que tu acabaste de conhecer e a relacionamentos curtos e longos.

O máximo que tu podes fazer é dar motivos para que alguém goste de ti.
É seres uma ótima companhia, um ótimo companheiro.
Melhor, sê quem tu gostaria de estar junto!
Sê aquela pessoa inteligente, bem humorada e que tem a conversa interessante.
Sê aquela pessoa do abraço bom, aquela pessoa carinhosa que ilumina a sala.
Sê aquela pessoa que ninguém quer sair de perto.
O melhor que tu podes fazer é dar motivos para que alguém fique.
Porque mesmo que a pessoa vá...ela volta.
Volta porque quis.
Porque tu a fizeste voltar.
Sem pressão, sem pedir.

Não te vejas, nunca, na situação em que tu precisas pechinchar carinho e atenção.
Dentro de um relacionamento isso é uma das piores coisas que pode acontecer.

Acredita, quando uma pessoa está mesmo a fim de algo ou alguém ela move montanhas, nada é difícil o bastante para impedi-la.
Então se ela precisa ser romântica, carinhosa, fazer surpresas, ou declarações, ela fará!
Quando não está a fim, ou está acomodada, tudo parece penoso, tudo é difícil, tudo parece ser sacrificante.
E se tu chegaste ao estado de ficares feliz pelo menor mimo que seja...tu estás a implorar.
A entrega na relação tem que ser igual, tem que vir dos dois.
Não da mesma forma, já que cada um tem seu jeito, mas na mesma intensidade, sim.
Não te satisfaças com migalhas, mas também não fiques a implorar por afeto.
Toma uma atitude.

Porque antes de tudo tu tens que amar a ti mesmo. E isso é tão óbvio!
Quando tu te amas, tu crias espaço para que outro alguém possa se aproximar e te amar também.
Quando tu te iluminas, tu acolhes mais sorrisos.
Quando tu paras te implorar amor, tu estás pronto pra entregar o teu.

E receber o amor que tu mereces."




1 de junho de 2015

Sobre o Fundo do Poço....

  Nesses dias vi um texto fantástico sendo compartilhado no facebook, reflexivo pacas, daqueles que é um tapa nos cornos da gente. Por isso, trago pra cá, pra não perdê-lo de vista, boa leitura!

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"Temos medo do fundo do poço.

Temos medo de chegar ao fundo do poço e, mais do que isso, temos medo de ficarmos estagnados no fundo do poço.   Vivemos tentando evitar chegar nele porque existe uma consciência comum de que quem o alcança não sairá dele tão facilmente.  Será?

Mas o que é o fundo do poço?

Temos tanto medo dele que até evitamos pensar nele.  Para mim, chegar ao fundo do poço pode ser uma desistência em massa.  Uma parada brusca, uma desaceleração.  Um intervalo.  Uma necessidade de voltar ao ponto zero e ficar ali por um tempo.

Chegar ao fundo do poço pode ser um cansaço que vem se acumulando na alma e cavando um buraco fundo onde são depositados aqueles sentimentos que não tivemos tempo de encarar e lidar na nossa alucinada maratona de matar um leão por dia.

O fundo do poço é um depósito de nós mesmo, um porão que nunca entramos, onde vamos jogando tudo aquilo que ainda não pudemos nos desfazer e desapegar, tudo aquilo que deixamos pra pensar e resolver depois.  Todos aqueles sentimentos 'inúteis' e 'feios', que se ficarem habitando cotidianamente nossa alma, nos travam o rápido caminhar.   Então tomamos a decisão mais fácil, tirá-los da vista.  Vão para o porão da alma, vão para o fundo do poço.

Ninguém quer chegar ao fundo do poço, ninguém quer passar um bom tempo no fundo do poço, ninguém quer mostrar ao mundo seu fundo do poço.  A vida é tão curta, queremos mostrar ao mundo o que eu nós é jardim e casa arrumada, os ambientes sorridentes, bem iluminados e arejados, festivos.  Aprendemos desde cedo a cimentar os nossos próprios porões, a trancar a sete chaves e esquecer o acesso.  Temos vergonha de dar qualquer pista de que estamos perto do fundo do poço e temos o pavor de pensar em perder algum tempo de vida nesse lugar mofado, escuro, cheio de entulhos e fantasmas.

Se por qualquer motivo, a vida traz à tona nosso fundo do poço, nossa primeira reação é querer disfarçar e sair dali o quanto antes.  Queremos pegar impulso e voltar para a nossa incessável engrenagem diária, voltar a nos encaixar, voltar a sermos bonitos, bem resolvidos, como todo mundo.  Queremos recuperar o equilíbrio.

Por que temos tanto medo do fundo do poço?

Temos medo do desconhecido, queremos percorrer apenas as estradas mapeadas.  Ao invés de tentarmos sermos mais humanos, empáticos, profundos com esses nossos lados, fingimos que eles não existem.  Marginalizamos o que em nós é obscuro e insólito.  Tudo que é desconhecido nos causa medo.  Não queremos sentir medo e nem causar medo.  Então seguimos nas nossas velhas estradas rasas e pavimentadas.

Temos medo também do nosso próprio silêncio.  Falamos muito de tudo e de todos o tempo todo para não deixarmos nosso pensamento escutar os ecos de nossa alma.  Sabemos falar sobre tudo, mas não sabemos expressar o que em nós é grande e misterioso.  E no nosso fundo do poço, o silêncio grita. E temos medo de escutá-lo. Temos medo das verdades que nossos silêncios trazem.

Além disso, temos medo de mostrar ao mundo que estamos no fundo do poço.  Não aceitamos admitir que não queremos mais participar da maratona de matar um leão por dia, que fraquejamos, que perdemos, que estamos frustrados, que precisamos de um bom tempo sozinhos para processar e limpar o velho porão cheio de sentimentos mofados e mal cheirosos que se não forem organizados em algum momento, deteriorarão nossa alma.  Temos vergonha social de admitir nosso fundo do poço.

E finalmente, temos medo também de nunca mais sairmos dele.  Temos medo de não conseguirmos voltar, de não termos forças para enfrentar tudo, temos medo de ficarmos para trás, de perdermos tempo, e de perdermos a vida.  Presos e estagnados num porão que parou no tempo.

Temos tantos medos!

Engraçado, temos medo de perder tempo e de perder a vida.  Mas, perder um pedaço do que somos realmente, mesmo que feio, mesmo que sombrio, é viver por inteiro?

Queremos seguir a vida apenas com nossas vitórias estampadas na nossa fachada.

Ao encobrir nosso fundo do poço, enganamos o mundo, mas ele continua grande e profundo em algum esconderijo de nós mesmos.

É...mas e se aceitarmos ficar um tempo no fundo do poço?

E se olharmos para os medos e aprendermos a encarar a nós mesmos de frente?  E se concordarmos em permanecer quietos e silenciosos depois que tudo se esgotou (amor, trabalho, dinheiro)?  E se ao invés de sairmos correndo procurando outro amor, trabalho, dinheiro, esperarmos um pouco, escutarmos o silêncio?

E se ousarmos usar o fundo do poço para fazer um retiro existencial? Quase como um templo de meditação, fecharmos as janelas para o mundo e tentarmos ouvir essas versões clandestinas de nós mesmos.

E se aprendermos a aceitar o que em nós parecia inaceitável?

Já que o fundo do poço é onde tudo se esgotou, não temos mesmo nada mais a perder.  Então nos demoremos um pouco nele!

Pode ser que percebamos que o que eram fantasmas aterrorizadores são, na verdade, uma grande parto do que nos constitui.

Sair rapidamente do fundo do poço pode significar voltar para o mesmo velho caminhar.  E tudo pode tornar a ficar razoavelmente bem, na medida em que continuarmos nos equilibrando entre cavar e camuflar buracos.

Ficar um tempo no fundo do poço pode significar encontrar riquezas escondidas, mapas de tesouro, caminhos alternativos e verdades ocultas.  E aí poderemos voltar a superfície sem ajuda de escadas e esforços de impulsos, porque teremos desenvolvido asas.

(texto de Clara Baccarin)








31 de maio de 2015



Anúncio de Entardecer

Procura-se um sonho.
Ele andou fatiado de medos, 
Iludiu-se, imiscuiu-se
E chegou a flertar com a utopia.
Quem o encontrar, 
Diz a ele que o perdoo por tudo.
Que o meu peito, em cicatrizes, 
É hoje até mais bonito que antes.
Que aprendi que a força se desdobra
Em indizíveis fraquezas.
E que enquanto ainda chorava de inércia
Meus olhos colheram do sol
A força de desabrochar o meu mundo.
Diz que a solidão me consome os espaços.
E a vizinhança inteira me ouviu a gritar por seu nome.
Diz que sangro a sua ausência
E os seus silêncios me transbordam.
Diz ao meu sonho que ele venceu.
A minh'alma não se vendeu.

(Nara Rubia Ribeiro)

Imagem: arquivo pessoal


7 de maio de 2015

Filmes 6

Caramba, tem dias que estou pra postar e nunca consigo chegar aqui no blog.
Hoje finalmente cá estou.
Colocando os filmes todos que vi nesses últimos tempos, cada dia amando mais e mais, pena que me falta o tempo e a conexão do meu provedor também não me ajuda muito, rs
Desses filmes, apenas "A História da Eternidade" vi na TV Brasil, não tem no catálogo da Netflix.
O "Rock Brasília, Era de Ouro" é um documentário, e o "Mais que o Acaso" é um filme bem morninho, tipo não espere muiiiiiiiiito dele não, mas dá pra assistir.
Espero que gostem !



















13 de abril de 2015

Doce Ganesha...


Semana passada, perdemos Ganesha...
Quinta-feira, Binho foi cuidar dos dogs pela manhã como de costume e encontrou-a morta.
Morreu dormindo.
Passei um dia tão chateada, meio que angustiada sabe? Porque sempre que algum bicho meu morre, me passa um filme na cabeça, desde o dia da chegada dele, até os últimos momentos.
Nos primeiros, eu quase morria junto, era uma dor tão profunda, tão grande que você até pensa que vai enlouquecer, mas com o tempo, e sendo uma criadora, a gente começa a criar meio que uma carapaça, você não se desespera mais, consegue visualizar aquilo como um fechamento de ciclo, e aceita...
Levei anos pra ter essa consciência, que foi adquirida a ferro e fogo, mas isso não significa que tenha doído menos, ou que amasse menos ela aos outros que já se foram no início do nosso envolvimento com dogs.
Simplesmente é assim!

Ganesha tava com 8 anos, nunca nos deu filhotes, logo nova teve uma piometra e tivemos que castrá-la.
Ela era muito meiga, nunca nos deu problema com brigas, sempre aceitou todos os dogs numa boa, aturou todos os filhotes que chegaram depois dela com muito carinho. Era muito brincalhona, gostava de correr e interagir com quem quer que fosse. Também era esganida de fome, nunca entendi o por que dela ser tão gulosa, já que sempre teve boa comida durante toda a vida. rs

E lá foi ela, se juntar aos nossos outros queridos na "Ponte do Arco-Íris" e comigo fica a sensação de que quando meu dia chegar também, sempre recebida pelos meus filhos todos de quatro patas: felinos e caninos.

Obrigada Ganesha, sua existência coloriu e muito a minha vida!!!
Mamãe sempre vai te amar e lembrar de vc!!


Imagem: Ganesha e Léo, ainda filhote (arquivo pessoal)

12 de abril de 2015

Memória



Fui ao sótão
Toda vez que estou 
Triste
Vou ao sótão

Ele me piora enormemente
Lá estão as lembranças
Dormentes
E os formigamentos
Nas mãos e pernas

O bom é sofrer
Feito labareda
Para se consumir
Inteira
E logo.

(Adriane Garcia)

Imagem: Obra da artista plástica mineira Neuza Ladeira


11 de abril de 2015

Pisciano




É líquido pulsar de vida
Manhoso e de visco delicado
Um estrondo
Seu pulo nas seivas:
O amor é um peixe
O amor é um anzol
O amor é a água das sedes
Na concha das mãos.

(Adriane Garcia)




10 de abril de 2015

8 de abril de 2015

Será?



O que machuca, o que dói demais e me mata aos pouquinhos é o desprezo e a indiferença...
Acho que não mereço isso...

Ou será que mereço?


18 de março de 2015

Pequenas Aventuras 43




naquele momento,
em que o coração sufoca
e a mente exausta,
de tanto caminhar
procura um sossego
um lugar para desaguar 
seu grito

ela encontra na música
seu alívio...

[Ana Sixx]

17 de março de 2015





O sofrimento solitário
é minha fortaleza
contra a vida.
Sinto tanto, 
por tanto 
tempo, 
que perco
a noção de
minha realidade.
É contradição pronta
que induz imediatistas
ao julgamento simplista
de minhas desatenções.
Meus melhores amigos
são firmes e complexas
criações que sempre
habitaram minha 
irremediável
e intuitiva
imaginação.
Prefiro o argumento
descontrolado de minhas
personalidades ao sacrifício,
sempre superestimado, da
tentativa de explicação
do pouco de mim
a outras mentes, 
outros universos.
Vivo, portanto, 
dentro de mim, 
sofro comigo, 
com meus 
muitos eus
e seus inimigos.
Não é o que devemos
aprender nesta vida?
A devastadora lição
de que nascemos
e morremos
sozinhos,
perseguindo a ilusão
de uma conexão 
que jamais
será encontrada
fora de nós mesmos?

(Larissa Caramel)


16 de março de 2015

Rejeição



Nesse final de semana fiquei refletindo sobre Rejeição.
Pensando, no por que nos colocamos nessa situação...
Não vou nem entrar no mérito do por que uma pessoa rejeita a outra, fria e despreocupadamente, porque realmente eu não conseguirei nunca chegar a uma resposta.

Mas, me interessa saber, por que nos colocamos assim....
O que nos leva, a estar sempre fazendo o mesmo movimento, seja inconsciente ou não, de nos colocarmos em situação tão abjeta...
Qual a necessidade disso?
O que nosso espírito ganha?
O que nosso amor próprio ganha?
E sabedores disso, inclusive com todos esses questionamentos montados, por que não conseguimos simplesmente largar mão dessa situação?
O que nos atrela de forma tão enlouquecida a certas relações?
Por que nosso coração não acompanha nossa mente?

Olha, vou lhe dizer....Rejeição é um troço que dói demais...
Mais do que uma palavra, mais do que uma atitude...
O silêncio massacra....ele te fere tão, mas tão profundamente que chega a não ser possível cura para tal ferida, porque ela fica ali, pulsando sempre.
Por que não tem explicação...não tem motivo....

Quem passa ou já passou por isso, certamente irá entender o que estou falando.

Por aqui fico ainda refletindo sobre esse tema, quem sabe um dia eu não compreenda?

15 de março de 2015

26 de fevereiro de 2015

Viva 44 !!!!



E ontem completei 44 anos de vida!!
Que barataço!!!! Quase 50 anos, quase meio século!!
Confesso que quando penso em números fico um tanto quanto tonta, porque sou um elo perdido e não me vejo com tudo isso. O corpo já dá seus sinais, isso é inevitável, mas euzinha, me sinto muito viva!! Querendo fazer muita coisa, viver muita coisa....
Passei meu dia sonhando com tantas loucuras, pensando na minha vida toda, nas coisas que amo, que ainda desejo, outras que desejo enlouquecidamente mas que jamais terei, enfim, foi um dia bem reflexivo.
Recebi muitas felicitações de amigos, por telefone e por facebook.
Me emocionei por demais com duas postagens, que tocaram direto no meu coração e nas coisinhas aqui dentro...A vida é feita disso, de pequenas grandes emoções!
Fiz questão de agradecer cada pessoa, e confesso que apesar de amar esse momento, no final já tava até com a vista zoada, kkkk

Enfim, é isso
QUARENTA E QUATRO ANOS!!!

Que venham muitos outros, e que eu consiga continuar no meu caminho com paz e amor, e espalhando alegria e boas gargalhadas por onde eu passar.

Obrigada Vida, eu AMO você!!

23 de fevereiro de 2015

Filmes 5

Fiz planos para o Carnaval.
Pensei, nos primeiros dias saímos com as meninas, e nos últimos, vou meter o pé na jaca.
Jornada de filmes da Netflix, aí vou eu!!!!!!!!

Mas.....
pera.

Esqueci de falar isso com o cara do tempo, rs
Domingo caiu o maior pé d'água da galáxia inteira. Muita chuva, raios a dar com o pau, um temporal como há muito eu não via...
Resultado:
O resto dos dias sem conexão de internet.
Sem operadoras de telefone.
E algumas vezes, SEM LUZ.

Enfim, foi pro saco toda a minha programação cinéfila de Carnaval.

Vou postando aqui os últimos que vi, bem antes desse feriado, e que são muito, muito legais!!





20 de fevereiro de 2015

Pequenas Aventuras 42



pra dentro
sangra o buraco
um rombo
que se enfia
carne a dentro
sem dó.

aperta,
sangra mais.
dói.
infinito
grito
ninguém escuta
Não há ninguém lá
ninguém aqui.

Só o buraco
o rombo
a carne
a dor
o infinito...

[Ana Sixx]

19 de fevereiro de 2015

3 de fevereiro de 2015

Feliz 2015 !!


Esse é meu primeiro escrito do ano, ando resolvendo um monte de coisa aqui em casa, e passo sempre correndo pra postar algo que não quero perder de vista.
Minha passagem de ano foi tranquila, com Binho, as meninas e meu sogro.

Adoro início de ano, acho sempre mágico!
Parece que nossa vida é uma agenda zerinho bala e vamos poder reescrever novas histórias, novos acontecimentos, reiniciar, zerar o passado, ai que tolice tudo isso, rs, mas sempre tenho essa sensação.

Nesse ano, estou com muitas coisas em mente, conforme for rolando eu venho aqui compartilhar.
Espero que 2015 seja um ano de Paz no Mundo, as pessoas estão perdidas, enlouquecidas, sei lá o que anda acontecendo....

E para mim pessoalmente, só peço que ano que vem, possa estar aqui novamente desejando um Feliz Ano Novo com saúde, e com minha família também viva e cheia de saúde.
O que mais pedir não é?


2 de fevereiro de 2015

Filmes 4

Esses foram os últimos que vi, super indico!










1 de fevereiro de 2015

30 de janeiro de 2015

Pequenas Aventuras 41



largou o cão
sem aconchego
sem carinho
sem por que
sumiu no mundo
viveu sua vida...

o cão jamais o esqueceu
foi seu primeiro dono
seu único amor
e viveu sempre 
a sua procura

um dia 
ele o reencontrou
balançou o rabo
fez festa
latiu
chorou
tão alegre de ter enfim, 
encontrado seu amor

Mas o dono
coração doente
fechado
amargo
mais uma vez
o abandona
depois de lhe passar rapidamente
a mão sob seu pêlo

não queria nada demais
o cão
apenas carinho
atenção

Por onde anda
o coração das pessoas?


[Ana Sixx]

26 de janeiro de 2015


Ao perder-te, perdemos desigualmente
Eu perdi, porque juntamente contigo
Vinha um tanto de crença nas estradas
Mas tu perdeste muito mais
Porque entre todas que amavas
Nenhuma acompanhava como eu
A tua caminhada.

[Adriane Garcia]

* Escrito e inspirado a partir de um poema do nicaraguense Ernesto Cardenal

"Ao perder você, eu e você perdemos.
Eu perdi, porque tu eras a que eu mais amava e você, porque eu era o que te amava mais.
Contudo, de nós dois, você perdeu mais do que eu.
Eu poderei amar outras como amei você
Mas você, ninguém vai te amar como eu te amei."


25 de janeiro de 2015