O sofrimento solitário
é minha fortaleza
contra a vida.
Sinto tanto,
por tanto
tempo,
que perco
a noção de
minha realidade.
É contradição pronta
que induz imediatistas
ao julgamento simplista
de minhas desatenções.
Meus melhores amigos
são firmes e complexas
criações que sempre
habitaram minha
irremediável
e intuitiva
imaginação.
Prefiro o argumento
descontrolado de minhas
personalidades ao sacrifício,
sempre superestimado, da
tentativa de explicação
do pouco de mim
a outras mentes,
outros universos.
Vivo, portanto,
dentro de mim,
sofro comigo,
com meus
muitos eus
e seus inimigos.
Não é o que devemos
aprender nesta vida?
A devastadora lição
de que nascemos
e morremos
sozinhos,
perseguindo a ilusão
de uma conexão
que jamais
será encontrada
fora de nós mesmos?
(Larissa Caramel)
Link: Sobre a Desatenção
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