17 de março de 2015





O sofrimento solitário
é minha fortaleza
contra a vida.
Sinto tanto, 
por tanto 
tempo, 
que perco
a noção de
minha realidade.
É contradição pronta
que induz imediatistas
ao julgamento simplista
de minhas desatenções.
Meus melhores amigos
são firmes e complexas
criações que sempre
habitaram minha 
irremediável
e intuitiva
imaginação.
Prefiro o argumento
descontrolado de minhas
personalidades ao sacrifício,
sempre superestimado, da
tentativa de explicação
do pouco de mim
a outras mentes, 
outros universos.
Vivo, portanto, 
dentro de mim, 
sofro comigo, 
com meus 
muitos eus
e seus inimigos.
Não é o que devemos
aprender nesta vida?
A devastadora lição
de que nascemos
e morremos
sozinhos,
perseguindo a ilusão
de uma conexão 
que jamais
será encontrada
fora de nós mesmos?

(Larissa Caramel)


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