XXIV
o que há de desespero
nas tuas mãos
ante o vestido que se desfaz
não é saudade.
é talvez o relâmpago que sorri
no horizonte
e que não sou eu.
é talvez o meu nome
que morre antes do murmúrio.
é talvez o meu rosto
do qual quase te recordas.
no teu sonho eu digo ao teu ouvido:
diz para mim uma só palavra
e serei salva
mas não escutas.
[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]
Imagem: Anne Barclav
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