25 de dezembro de 2014

Daquelas músicas que me tocam lá no fundinho...


Hoje eu cansei de saudade
E vou mandar te trazer
Nem que precisem mais de mil cavalos brancos
Pra te convencer

Nessa espera eu te guardo
Numa redoma de cetim
Que eu teci enquanto cantava
Naquele dia em que eu te conheci

Se eu fosse um rei
Eu te dava abrigo no meu país
Mas eu não sou
Por isso segues como exilado
Sem saber de mim

Hoje não importa nem teu nome
Insisto em te afirmar
Que essa espera é só uma gota
Que só se faz transbordar

Se eu fosse quem você espera
Juro faria-te um ser
Muito maior do que tu sonhas
Muito mais livre do que se possa crer.

(Filipe Catto)


17 de dezembro de 2014


XXV

eu caminho sobre o teu sonho
enquanto o mundo se desfaz.
migalhas
estilhaços
as linhas
que se esgarçam do vestido
e que te ligam a mim
orbitam em torno de nós dois.
tudo é ruína
e dissolução
e a memória
uma luz tênue.
a guerra
fora daqui sorri
o seu relâmpago
e embora meu rosto
se desfaça
eu permaneço
em tua pele.
tudo se perde
como meu coração
[cristal quebrado
em mil pedaços]
mas eu permaneço
eu habito
o teu peito.

[da série Vestidos Vazios, que se encerra hoje com esse poema, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Chiharu Shiota


Meu comentário: minha amiga Micheliny, andou pela minha história, passeou dentro do meu coração sem saber e escreveu.  Arrisco dizer, que foi a coisa escrita que mais me tocou nesses últimos tempos, porque em cada palavra, tem a minha pessoa. Talvez quem leia aqui não entenda, mas é desse jeito que estou falando. Sinto como minha essa série. Choro ao ler, é emocionante, e por isso, coloco aqui para que chegue a muitas pessoas. Dedico toda ela, a alguém que jamais a lerá, infelizmente.
bjs 

Ana Sixx

16 de dezembro de 2014


XXIV

o que há de desespero
nas tuas mãos
ante o vestido que se desfaz
não é saudade.
é talvez o relâmpago que sorri
no horizonte
e que não sou eu.
é talvez o meu nome
que morre antes do murmúrio.
é talvez o meu rosto
do qual quase te recordas.
no teu sonho eu digo ao teu ouvido:
diz para mim uma só palavra
e serei salva
mas não escutas.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Anne Barclav





15 de dezembro de 2014


XXIII

nesse vestido
de sonho e memória
habitei um dia.
nesse vestido
que tremula
ao teu toque mais leve
a primeira dança do amor.
o que resta do meu nome
em tua pele?
o que resta do que fui
sob a tua língua?
éramos festa e fogo, 
silêncio e trovoada.
agora eu passeio pelo teu sonho:
a minha vida baseada
numa história real.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Margaret Ackland 

14 de dezembro de 2014


XXII

este vestido
despido de mim
carrega em si
uma cartografia impossível.
ele não me encontra
e não me recupera.
o desejo que orbita
insatisfeito
entre as dobras
é tudo o que resta
de nós dois.
em suas linhas
uma rota para o nada.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Chiharu Shiota

13 de dezembro de 2014


XXI

o amor
como o esquecimento
são formas de persistência.
as tuas mãos
que desabotoaram o vestido
onde estão?
a memória é uma fenda profunda
e o vestido desabitado
permanece despido de mim.


[da série, Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Tori Ellison

12 de dezembro de 2014


XX

o amor tem nome e rosto.
o amor tem idade
e contorno
este vestido
que um dia foi festa
e luminosidade
este vestido
um dia estive nele.
nada me recompõe
e o vestido se desfaz como
uma nuvem de chuva.
eu atravesso o teu sonho
e quase lembras meu nome.

[da série, Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Charles Waller

10 de dezembro de 2014

5 meses....



Nessa semana faço 5 meses de academia, IN-CRÍ-VEL !!
Confesso que não senti ainda aquele papo de endorfina que circula e dá prazer, comigo não rola...

Todo santo dia eu penso:
- Podia ficar em casa né?
Mas, visto a roupa e vou, sem refletir muito sobre o assunto.
Na primeira avaliação após 3 meses, pouca coisa havia mudado, eliminei 600g (rs) e tirei 2 cm da medida do abdômen, e segundo o professor, um tantinho lá foi convertido em massa-magra, ele super me parabenizou. Vamos ver na próxima avaliação, que será em janeiro, se consegui avançar mais um bocado.

Enfim, academia é um dia após o outro, sem pensar muito.
Hoje mesmo tô moída porque comecei a dar uns piques de corrida na esteira, estou andando com as pernas duras, tipo esse bonequinho da imagem, hahahaha

Bem, amanhã, de manhã, estarei lá novamente!

Foco Ana, focoooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!

9 de dezembro de 2014

Pequenas Aventuras 40




e aí que você fica de cá pra lá 
catando os caquinhos do que sobra, 
se sobra alguma coisa...
pensando em não pensar, 
mas pensando.
e nota,
que está parada no mesmo lugar, 
fazendo movimentos em círculos
rodando sobre tantas impressões,
tantas emoções,
que termina 
como começou
perdida.


[Ana Sixx]

7 de dezembro de 2014


XIX

as sobras estão dispersas
pelo chão
indícios de um passado
que persiste na memória.
o vestido tremula ao vento
e não são mais teus dedos 
sobre a minha pele.
meu rosto
meu cheiro
o tom da minha voz
nada disso se recupera.
eu sou um sonho 
que se esgarça.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Lucy Brown

6 de dezembro de 2014


XVIII

o teu sonho
recupera
apenas um vestido vazio
inabitado de mim.
meu nome
meu rosto
as minhas mãos
em concha
guardadas
dentro da tua
escapam
como as linhas 
que se soltam da costura
latido de cães
migalhas no chão
relâmpago no horizonte, 
esta vida fora de nós dois.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Lesley Dill

5 de dezembro de 2014


XVII

tudo o que compunha
este vestido em tuas mãos
escapa como asas
pelo céu:
linhas
costuras
a barra de renda
o corpo que era meu
e te pertencia
o vestido brilha a minha ausência
como um mapa
para uma terra inexistente.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Lesley Dill

4 de dezembro de 2014


XVI

a primeira dança
o último pão repartido
o vestido de névoa
que cor teria?
que cor teria
essa ausência
ou o relâmpago no horizonte?
eu passeio sobre teu sonho
como o orvalho sobre a manhã.
mas escapo antes que acordes.

[da série Vestidos Vazios, de Micheliny Verunschk]

Imagem: Lesley Dill

3 de dezembro de 2014


XV

não é esta presença
da memória
ou esta insistência
pendurada num cabide
transparente.
é este sonho
repetido
em que encontras meu vestido
e ele se desfaz.
é este sonho repetido
em que me sentes
e eu me quebro, 
estrela de vidro.
entre tu e eu
esta névoa
que se desfaz perante
a palavra amor
brilhando 
como na primeira dança.

[da série, Vestidos Vazios de Micheliny Verunschk]


Imagem: Adrienne Jalbert

2 de dezembro de 2014

Assombrada





Teu silêncio era tão grande
Que enchia o canavial
Meu dia ainda era noite
Quando eu só pretendia
Uma voz humana

Muito espaço
Nenhum abraço

Corri de medo:
Uma imensidão e
Dois pios altos de coruja

(Adriane Garcia)

1 de dezembro de 2014

Filmes 2 !

Acabei não vendo quase nada, achei que fosse me acabar, mas não rolou....
Enfim, postando aqui os filmes que vi nesses últimos finais de semanas e que curti!
Bom filme pra vcs!