26 de setembro de 2007

Sábado, 14 de julho de 2007

Qto tempo não venho aqui escrever.
Na verdade minha cabeça anda fervendo com tantas idéias, tantos pensamentos, tantas descobertas.
Mais cadê tempo pra sentar aqui e escrever algo????
Cora fez 1 ano no dia 24.
Gozado que nesse mês de junho antes do niver dela vivi meio que um flash back do final da gestação. Sempre lembrando de momentos, de desejos, de pensamentos que me visitavam qdo estava barriguda.
Cara, como eu gostei desse negócio...
Mesmo com todo vômito inicial e toda a azia final, foi fantástico.
Gestar foi bom demais.
Parir foi bom demais.
Amamentar tá sendo uma delícia.
Como um serzinho tão pequeno nos ensina tantas coisas em tão pouco tempo???

Realmente não há nada nesse mundo que se compare a isso que sinto qdo estou com minha filha. Pedaço de mim e eu pedaço dela.
Fantástico tudo isso.
E confesso não vejo a hora de passar por tudo novamente. Sei que agora é inviável.
Falta $$$, falta espaço, falta tempo.....
Pois quero aproveitar mais desse momento da Cora, e tb quero que ela possa no nascimento do irmão(ã) possa participar.
Mais acho que lá pra 2009 chega mais alguém no pedaço....
Vou colocar aqui uma mensagem recebida por uma amiga virtual chamada Renata Penna Rodrigues, uma dessas pérolas que só a net pode nos dar. Esse texto que ela postou descreve exatamente o que sinto. 'Brigada Rê das Pimentinhas !




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Gente, eu estava aqui esperando um tempinho para escrever com calma sobre isso, porque tenho tanta coisa pra dizer, tantas impressões... mas como o tempo não chegou, vou dar uma 'escrivinhada' correndo mesmo. Eu discordo um pouco dessa coisa de 'preocupar-se mais consigo mesma e menos com os filhos'. Não no conceito, mas na prática. Vou tentar explicar. Eu, antes de ser mãe, pensava exatamente assim: que depois que os filhos nascessem, depois de um tempo de dedicação exclusiva, ia querer separar bem as coisas, cultivar uma certa 'independência', ter meus momentos e cuidar das minhas coisas... mas depois que as meninas nasceram, eu passei a ver tudo de uma forma totalmente diferente. Não porque ter momentos pra mim ou cuidar das minhas coisas não seja mais importantes. Mas porque todas as minhas prioridades mudaram, a minha forma de ver 'o meu tempo' ou 'as minhas coisas' mudou. O meu tempo é muito mais valioso hoje, e passa-lo com as minhas filhas é de uma preciosidade sem tamanho... Eu abdico sim de muitas coisas que antes eram fundamentais pra mim em nome das minhas filhas, do meu tempo com elas e do que eu considero importante para cada fase da vidinha delas. Deixo de lado muitas coisas que antes seria impensável deixar, porque hoje eu entendo a vida de outra forma. Elas só vão ter um, dois anos, uma vez na vida, e se eu não curtir isso agora, não vou poder curtir depois, quando eu me der conta e bater a vontade. Eu não acho que isso signifique que eu esteja 'vivendo para elas e esquecendo de mim'. Acho que significa simplesmente que estou vivendo a minha nova realidade, que é a de mãe de duas lindas meninas de dois anos. E esse papel não diminui o resto, pelo contrário. Eu acho que ser mãe delas da forma tão integral quanto eu posso e gosto de ser faz de mim uma mulher, uma esposa, uma amiga, uma profissional e um ser humano muito mais inteiro, muito melhor. Eu não vejo isso como um problema, não sofro, simplesmente porque ter filhos foi uma opção, e é uma grande realização pra mim. Em tudo na vida as coisas acontecem assim, a vida é feita de escolhas, não se pode ter tudo. Escolher uma coisa é sempre abrir mão de outra, não tem como ser diferente. E eu acho que o que falta às vezes é a gente encarar essa 'perda' com mais naturalidade e tranqüilidade, sabendo que estamos optando por aquilo que é mais importante naquele momento, e tudo bem. Pensando nessa coisa toda das mães de uma geração passada, em que maternidade significava abnegação absoluta e desistência da própria individualidade, eu acho que às vezes as mães ditas 'modernas' têm caído num outro extremo que também não é legal. Eu vejo muita mãe querendo ter a mesma vida que tinha antes de ter filhos, e isso não é possível. Filhos mudam a vida, isso é inevitável. Querer ter filhos e continuar vivendo a mesma rotina de ontem, porque 'não se pode abrir mão da própria vida' é, pra mim, no mínimo incoerente. Filhos mudam a vida mesmo, tiram muita coisa da gente, reduzem algumas possibilidades, mas trazem milhares de outras tão maravilhosas... e tornam a nossa vida tão mais intensa, ensinam tanto... pra mim, vale a pena perder por um lado para ganhar tudo o que se ganha quando se é mãe. A minha mãe, embora seja de uma geração passada - mas nem tanto assim, porque teve filhos muito nova - nunca viveu nem passou para nós essa coisa de abrir mão de si mesma porque teve filhos. Mas vejam, ela teve meu irmão com 16 anos, eu com 18, terminou o colégio e abriu mão de fazer uma faculdade naquele momento, ficou sem trabalhar até que eu tivesse cinco anos, quando fui para o pré. Ela abriu mão de muitas coisas sim, mas foram escolhas, e feitas com serenidade. Ela nunca se culpou por isso, nunca se amargurou pelo que ficou pra trás. Ela fez essa opção, de curtir os filhos nesse começo, e perdeu muitas coisas, mas ganhou muitas outras. Assim é a vida, a gente escolhe o tempo todo, e toda escolha envolve perdas e ganhos. Saber aceitar e lidar com isso é sinal de maturidade. Eu sou atriz, mas quando minhas filhas nasceram, optei por ficar um tempo longe porque não achava bacana conciliar as duas coisas, ficar noites fora nem carrega-las comigo tão pequenas. Optei por passar um tempo no backstage, escrevendo e fazendo outras coisas. Perdi muita coisa? Sim, mas também ganhei outras. Foi a escolha que eu fiz, baseada no que era importante pra mim. Agora que elas estão maiorzinhas, estou voltando, retomando projetos. Tudo a seu tempo. E o nosso tempo pra cada coisa, é a gente que faz. Não existe certo ou errado absoluto para esse tipo de coisa, o que é certo pra mim pode não ser para o outro. O mesmo vale para o tal 'tempo pra gente', seja pra ir a um cabeleireiro, a um cinema com o marido, namorar um pouco, tomar um vinho (essa eu passo, porque não bebo e não gosto, mas pra quem curte...) ou seja lá o que for que seja importante pra você. Tudo a seu tempo. Quando elas eram pequenas e eu dava (dou até hoje) todo o colo do mundo, sem economia, ouvia toda hora que elas iam ficar dependentes, que dali a um tempo eu não ia conseguir fazer nada, que elas iam ficar grudadas demais comigo, que não iam se acostumar com ninguém mais, que aquilo era doentio... eu simplesmente balançava a cabeça e dizia: depois a gente vê... Eu saí com o Rê sozinha pela primeira vez à noite depois que as meninas nasceram quando elas já tinham quase um ano, eu acho. De lá pra cá, já passamos noite fora, as meninas já passaram noite fora de casa, tudo com muita tranqüilidade, sem sofrimento para nenhum dos lados. E porque? Porque as coisas aconteceram a seu tempo, sem forçassão de barra (essa palavra existe?). Em resumo: eu acho que ter um tempo para sim é importante sim, sem padrões, no momento exato em que se sente a necessidade disso. Mas sabendo que a vida com filhos é outra vida, não é nem pode ser a mesma que se tinha antes. E ainda bem, porque a minha experiência diz que tudo - do cotidiano aos momentos 'para si' - fica muito mais colorido e intenso depois que a gente passa a ver o mundo com olhos de mãe - e que diferença isso faz! Acabei escrevendo quase um tratado... espero que faça algum sentido para quem ler! Rs...
Beijo Rê, das pimentinhas Ana Luz e Estrela, duas mocinhas de 2 anos saudavelmente 'dependentes' e 'apegadas'...
http://bicho-solto.blogspot.com/


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bjs
Ana Sixx

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